Deixaste-nos muito cedo e ainda havia tanto para fazer.
Guardo de ti a imagem forte de um combatente de convicções, determinado a vencer todas as dificuldades e fiel aos princípios políticos que sempre escolheste como teus.
Lembro-me do acompanhamento extraordinário que me reservaste na Praia quando em 1998 fui obrigado a sair de Bissau devido à guerra e me acompanhaste dia a dia, sempre preocupado para que nada me faltasse e dando-me a coragem que eu tanto precisava na altura.
Os combates que as nossas duas ONG travaram, a abertura da vossa rádio comunitária e tantos momentos que não esquecerei.
O convívio em Coli, ilha no meio do rio Corubal, onde acampámos e conversámos longas horas, agradavelmente, enquanto as águas dos rápidos corriam para a foz. Até adormecermos.
Hoje, resta-me recordar para sempre o valor da companhia que tu me fizeste, eu que não te sabia doente e que por isso não te pude retribuir a força que me deste, quando dela precisei.
À Dª Lina, tua mulher, aos teus filhos Hélida e Mário, aos teus camaradas de trabalho Avelino, Olívia, Jacinto Santos e Dionísio Pereira, envio os meus sentimentos de tristeza e da minha mulher Isabel, certos que continuaremos a comungar as ideias porque sempre te bateste.
Adeus meu amigo de todas as horas, de Cabo Verde.
Pepito
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